1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Nome: Curso Superior de Tecnologia em Mineração
Modalidade: Tecnológico
Regime: Semestral
Período de funcionamento: Noturno
Tempo de integralização: Mínimo 06 semestres e máximo 10 semestres
Carga Horária: 2400 horas
Temporalidade: Anual
Vagas: 40 (quarenta)
Início da vigência da Matriz Curricular: 2015
Forma de ingresso: Processo Seletivo (PS)
Contato: cassia.silva@ueg.br
2. DOCUMENTOS DO CURSO
3. CONCEPÇÃO DO CURSO
A concepção filosófica do curso emerge das próprias Diretrizes Curriculares Nacionais de Nível Tecnológico (Resolução CNE/CP nº. 3, de 18/12/2002), que em seu Art. 4º esclarece: “Os Cursos Superiores de Tecnologia, são cursos de graduação, com características especiais, e obedecerão às diretrizes contidas no Parecer CNE/CES436/2001 e conduzirão à obtenção de diploma de tecnólogo”. Têm sua origem nos anos de 1960 (Lei 4024/61), com a finalidade de atender demandas do mercado. Historicamente, manifestam as facetas do processo de estruturação da educação profissional, em sintonia com os processos produtivos e o mundo do trabalho, sendo o Curso Superior de Tecnologia em Mineração, criado num momento de transição e mudança de concepção na estruturação de áreas para eixos tecnológicos.
Entre 1999 e 2001, foram definidas as áreas profissionais e cargas horárias mínimas para os cursos superiores de tecnologia, advindas da estruturação existente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico (Res. CEB nº. 4/99), nas quais consta uma carga horária de 1.200 horas para a área de Mineração.
O parecer CNE/CES 436/2001 apresenta o quadro das 20 áreas profissionais e carga horária mínima de cada modalidade adequada ao Tecnólogo, aprovando para a área de Mineração o mínimo de 2.400 horas. Nesse contexto, a caracterização do referido parecer para a área de Mineração permanece igual aquela aplicada ao nível técnico, ou seja, “Compreende atividades de prospecção e avaliação técnica e econômica de depósitos minerais e minerais betuminosos, o planejamento das etapas de preparação de jazidas, a extração, o tratamento de minério, as operações auxiliares, o controle e mitigação dos impactos ambientais e a recuperação de áreas lavradas e degradadas” (Parecer CNE/CES 436/2001, p. 21).
A partir de 2006, os Cursos Superiores de Tecnologia, até então agrupados em áreas profissionais, passam a ser agrupados em 10 Eixos temáticos, visando atender as novas demandas do mundo do trabalho advindas do acelerado progresso científico e tecnológico, impulsionado basicamente pela introdução da computação, em praticamente todas as áreas do conhecimento e pela capacidade de observação em escalas macro (cósmicas) e em escalas nano (átomos e moléculas) que revolucionaram o avanço científico com respectivos impactos no desenvolvimento tecnológico.
Uma das principais consequências dessa nova conjuntura, é traduzida na convergência interdisciplinar, estimulada pelos novos desafios da contemporaneidade. A metodologia que reúne os cursos em grandes eixos temáticos, se constituiu num exercício de organização da produção, dentro desses novos conceitos e desafios apresentados.
A criação do Curso Superior de Tecnologia em Mineração acontece no final de 2005 e início de 2006, num contexto de mudança da concepção paradigmática da educação profissional tecnológica. Antes, com área definida e organizado conforme as etapas do processo de produção (Pesquisa – Prospecção e Avaliação; Lavra – Planejamento, Desenvolvimento e Exploração; Tratamento – Cominuição/Classificação por Tamanho, Concentração, Separação Sólido/Líquido e Operações Auxiliares), após 2006 (Portaria nº. 10, de 28 de julho de 2006; Parecer CNE/CES nº. 277, de 07 de dezembro de 2006) passa a integrar o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST) no Eixo Tecnológico Recursos Naturais, sem denominação constante na lista dos cursos elencados (Agronegócio, Aquicultura, Cafeicultura, Horticultura, Irrigação e Drenagem, Produção de Grãos, Produção Pesqueira, Rochas Ornamentais e Silvicultura), mantendo a carga horária mínima de 2.400 horas.
Portanto, o Eixo Tecnológico Recursos Naturais está assim caracterizado: Compreende tecnologias relacionadas à produção animal, vegetal, mineral, aquícola e pesqueira. Abrange ações de prospecção, avaliação técnica e econômica, planejamento, extração, cultivo e produção referente aos recursos naturais. Inclui, ainda, tecnologia de máquinas e implementos, estruturada e aplicada de forma sistemática para atender as necessidades de organização e produção dos diversos segmentos envolvidos, visando à qualidade e à sustentabilidade econômica, ambiental e social (CNCST, 2006, p. 23).
Observando as transformações mencionadas e os desafios colocados no cenário vislumbrado, a criação do Curso de Tecnologia em Mineração, apresenta a possibilidade de formar um profissional apto a superar a estruturação tradicional do setor produtivo em áreas pontuais, permitindo, através de bases tecnológicas mais amplas e comuns, uma atuação integrada em todo o processo produtivo. Tal aspecto, vem de encontro com as necessidades exigidas no setor mineral brasileiro, em crescente expansão, e para o Estado, em decorrência da carência de profissionais qualificados.
Dessa forma, a fim de permitir a certificação dos egressos e dar continuidade à etapa de reconhecimento do Curso por parte do MEC, a Pró-Reitoria de Graduação mediante justificativa de oferta do Curso apresentada pela Coordenação, protocolou junto ao MEC em setembro de 2008 a solicitação (Anexo 01) de inclusão de sua denominação no Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia (Subseção IV, seção II, Cap. II, do Decreto nº. 5.773, de 09 de maio de 2006), de modo a suprir a lacuna quando da conversão de áreas para eixos.
4. JUSTIFICATIVA DO CURSO
A criação do Curso Superior de Tecnologia em Mineração, justifica-se pela necessidade emergencial de qualificação de mão de obra, para atender a demanda do setor de mineração em franca expansão, em Goiás, no Brasil e no mundo. Além disso, pelo potencial mineral da Região do Norte Goiana, que se constitui um elemento dinamizador da economia nacional, bem como, pela localização do município de Niquelândia, conhecido como um Polo aglutinador de geração de serviços, emprego e renda baseado na mineração; e pela necessidade da inclusão social da população goiana, via qualificação profissional de nível superior nas empresas do setor instaladas no Estado e no país.
Com a criação do Curso em 2005, surge a necessidade de sua inclusão no Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia, e de seu reconhecimento, que acontece num momento, em que a atividade mineradora no Brasil, lidera a lista de investimentos previstos no país até 2012.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM, 2012), as mineradoras brasileiras investirão US$ 75 bilhões nos próximos quatro anos, sendo que 61% serão destinados para a cadeia de minério de ferro, com atenção especial para a renovação da frota e maquinário, e abertura de novos projetos. Goiás, compreende a terceira província mineral mais importante do País, com 8,1% da produção nacional, atrás apenas de Minas Gerais e do Pará, e conquista a confiança do investidor, com suas políticas de incentivo à produção mineral, bem como, as iniciativas de promover o Levantamento Aerogeofísico e Geológico do Estado.
Os municípios goianos receberão quase R$ 500 milhões, cerca de 0,36% dos R$ 150 bilhões em investimentos previstos em mineração no País entre 2012 e 2016. O Estado é o maior produtor de níquel e ferronióbio do País. Os investimentos previstos para o Estado, serão destinados à extração de níquel, ouro, fosfato, zinco e nióbio. No contexto nacional, Goiás se destaca por ter as maiores reservas de cobalto, níquel, amianto, dentre outros.
Considerando a região do Norte Goiano, na qual se insere o Câmpus da UEG Niquelândia e o Curso ofertado, as reservas minerais são significativas. Assim, no Município de Niquelândia, as principais reservas minerais em exploração são, de calcário dolomítico, cobalto, cobre e níquel. Também, contribui positivamente a localização estratégica do município como centro polarizador mineral regional e referência na geração de emprego, renda e qualificação profissional. Dessa forma, cabe a UEG Câmpus Niquelândia, contribuir para o desenvolvimento educacional, como elemento motriz e fomentador de transformações, primando pela educação superior gratuita e de qualidade.
5. PERFIL DO EGRESSO
Habilidades e Competências
Executar e conduzir trabalhos operacionais e de gestão nas áreas de pesquisa mineral, lavra e tratamento de minérios;
Orientar, capacitar, coordenar e supervisionar equipes de trabalho;
Coletar, tratar e interpretar informações geológicas a partir das geotectonologias aplicadas;
Propor, aplicar e monitorar medidas de recuperação, controle e proteção ambiental para os impactos gerados pela pesquisa mineral, lavra e tratamento de minérios, considerando a sustentabilidade das comunidades do entorno;
Compor equipe técnica de modo a auxiliar na realização de mapeamento geológico e amostragem em superfície e subsuperfície; a execução de projetos de identificação, qualificação e quantificação de jazimentos minerais;
Avaliar e monitorar a estabilidade em minas subterrâneas e a céu aberto;
Analisar dados de geoquímica e geofísica de exploração;
Executar levantamentos e confeccionar mapas topográficos nas fases de pesquisa mineral e lavra;
Operar equipamentos de sondagem, perfuração, amostragem e transporte;
Manusear e armazenar explosivos e seus acessórios;
Efetuar plano de fogo em minas a céu aberto e subterrânea;
Aplicar métodos de análise mineralógica, fragmentação, classificação, balanço de massa, bem como de separação física e físico-química ao tratamento de minérios;
Operar equipamentos de análise mineralógica, granulométrica, de fragmentação e de separação.
São habilidades específicas para o desenvolvimento dessas competências:
Ter conhecimento do mercado de mineração no Brasil e no mundo, entendendo o comportamento da produção e dos preços das commodities de mineração, suas oscilações e perspectivas para o futuro.
Conhecer aspectos básicos da legislação mineral e ambiental no Brasil; o funcionamento do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e dos demais órgãos públicos e privados que atuam no segmento de mineração no País.
Ter conhecimento sobre aspectos de segurança relacionados à mineração, principalmente as normas regulamentadoras; noções de Sistema de Gestão Integrado e certificações de qualidade em processos (ISO 9000); meio ambiente (ISO 14000); segurança e saúde ocupacional (OSHAS – 18000), a fim de ter visão sistêmica dos vários sistemas de gestão de uma grande empresa.
Conhecer as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionadas à atividade de mineração e, também, as relacionadas à elaboração de trabalhos científicos (relatórios, monografias, artigos científicos e outros), visando à produção de dados técnicos dentro dos padrões científicos exigidos.
Conhecer os fundamentos da regulamentação da profissão, a fim de atuar de forma responsável, ética e consciente dos limites de sua jurisdição profissional.
Conhecer técnicas de gestão de pessoas, liderança, trabalho em equipe e comunicação, visando manter uma relação humana com os pares, clientes, fornecedores, subordinados e a comunidade, a fim de produzir resultados consistentes como fruto das discussões pactuadas coletivamente.